quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nelson Leirner - Instalações

Nelson Leirner é um artista brasileiro, nasceu em São Paulo em 1932. Hoje, com 79 anos de idade, continua produzindo. Em outubro desse ano aconteceu a exposição "Nelson Leirner 2011-1961=50 anos", na Galeria de Arte do SESI em São Paulo, em homenagem aos seus 50 anos de carreira.
Adoração (Altar para Roberto Carlos), 1966

Essa obra apresenta uma relação de ironia em uma espécie de altar com retrato do cantor popular Roberto Carlos, emoldurado por santos da religião católica. É uma crítica à adoração, o fanatismo dos jovens da década de 60 pelo cantor, que era muito famoso nesta época.
O espelho reflete a imagem do público e o integra simbolicamente ao objeto de arte. Essa obra é uma brincadeira e crítica ao público – que se vê no espelho em meio aos macacos; estes não seriam inferiores a nós, humanos?
Nessa obra o artista representa o espírito festivo do esporte. As imagens de santos, retiradas do circuito de cultura de massa, são colocadas como "torcida" numa partida simulada em que os times são iguais, promovendo uma mistura de imagens de devoção e objetos de brincar. Ao invés de estarem em posição para serem cultuados, os santos, as divindades e os bonecos se postam em posição de adoração comum, coletiva ao desenrolar da partida de futebol.
Futebol, 2001 (detalhe)

Nessa obra as peças foram dispostas em uma marcha como se fosse um exército que desemboca em um círculo, com muitos personagens já assistindo a uma missa. Esta missa não é uma cerimônia qualquer: é A Primeira Missa no Brasil. Essa obra foi feita para uma exposição em comemoração aos quinhentos anos do descobrimento do Brasil, porém, no interior do círculo, em vez de um padre e um altar, nos deparamos com um enorme abacaxi. O abacaxi é maior do que qualquer outra figura, portanto, com imensa ironia, em vez de comemorar uma grande descoberta, nos deparamos com um enorme equívoco, que deu origem a nossa história. A descoberta do Brasil, não foi exatamente a maravilha que encontramos descrita nos livros de história, pois sabemos que o descobrimento foi na realidade a destruição de uma cultura em favorecimento de um poder dominante.









A Lot(e), recria o mundo contemporâneo com papas, "mickeys", bichos de zoológico, iemanjás, super-heróis japoneses, um desfilar de mais de mil ícones. Nesta instalação, Nelson Leirner utiliza elementos do repertório popular brasileiro e do imaginário pop "global" para comentar ironicamente a apropriação cultural, o mercado de arte e a mídia globalizada.

A guerra é outro dos temas recorrentes desta mostra. O artista criou cenas de conflito utilizando para isso bonecos da tradição brasileira e soldados de brinquedo. E a crítica à política internacional americana encontra outras referências, como o módulo dedicado ao mais americanos dos personagens: o Super-Homem.


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